Entre tramas mambembes e as (en)/(es)tranhas mortes. Um circo (pdf)

Valerio, Manoela Maria. Entre tramas mambembes e as (en)/(es)tranhas mortes. Um circo. Tese (Doutorado em Psicologia) – Universidade Federal Fluminense, Instituto de Psicologia, 2016. 141 f.

RESUMO
Encontros do universo circense compõem o principal material da pesquisa e, destas passagens, um tema, uma proposição principal indica: deste universo (enquanto mundo/lugar), o jogo incessante com a morte, elemento alquímico do circo, faz passar um modo de vida que, entre as tramas da atualidade, insiste e se produz em um saber do corpo imanente à dimensão singular de um acontecimento. Assim, a questão: será que na bagagem deste circo que passa, seria a morte ou as aparições de alguns elementos a ela relacionados (finitude, risco, fatalidades), os provocadores, a partir de suas relações com outros modos de vida, de alguns novos (ou diversos) sentidos da experiência? Será que as relações com esta morte seria justamente certa linha saliente, quiçá incitante da vida circense, essa especialmente mambembe, marginal que, apesar de parecer “à beira do fim”, segue insistentemente? Esse jogo na fatalidade da vida impeliria e justamente potencializaria um pensamento voltado à potência de um “modo mambembe” em um mundo onde o valor de adequação e adaptação às normas, moralizaria e condicionaria um corpo outro, à ilusão de um poder? Assim, do movimento do consumo ao consumo alucinado das formas – desde o corpo – forma à forma de viver ou forma-homem-ideais, de que composições se faz a morbidez desta blindagem do tempo que corre (e que não se apreende) à defensiva prerrogativa do não à vida? Que ruídos silenciosos são esses que pretendem calar as mais sutis possibilidades de encontros com o não familiar, ou seja, o “estrangeiro em nós”? Como buscar modos que facilitem o entendimento daquilo que sai do plano dos hábitos, já tomados como naturezas para aumentar nossa capacidade de pensar, quando face ao obscurantismo incolor destes tempos, o olhar do outro sobre si, e de si sobre si, não é fonte de fissuras, de encontros desarranjadores e potentes com o caos, de surpresas, mas de julgamentos. Enfim, as questões se entrelaçam sem ansiarem a respostas cabais, mas são elas que direcionam o texto e intentam apontar, sim, para a potência e para uma urgência: “é preciso transver o mundo”.
Palavras-chave: Circo. Corpo. Mortes. Intensidades. Invenções.

ABSTRACT

Meetings in the circus universe make up for the main basin for this paper and, among those, a theme, as a principal proposition says: in the circus universe (as a place/world), the endless play with death, chemical element of the circus, shows a lifestyle that, even in the present, insists and produce knowledge of a body imanente to a single event. Therefore, the question: in the history of that circus that comes and goes, would death or the encounter with some elements related to it (finitude, risk, fatalities), be the trigger, with the artists exposure to others lifestyles, to new meanings to these experiences? Would that relationship with death be a prominent line that, maybe, incites the circus lifestyle, especially wandering artists, outcast that, even appears ‘border lining it’s end’ stubbornly lives on? This game on the fatality of life potentiate and urges a ‘performer way’ in a world where the valor of adequacy and adaptation to the norm, would otherwise moralize their bodies, to an illusion of power? That way, we shift from the consume to the frenzied consume of forms, starting with the body all the way up to the idealized human, that would accept to “die a little bit” to fulfill its rigid way of life. What are the components of that morbid armor that renounces the passing time of life? What silent noises are those that aim to shut down the most sudden possibilities to meet the unfamiliar, ‘the foreigner in us’? How to search ways to ease the understanding of the things that are not in the everyday schedule, that was already naturalized, to amplify our capacity of thinking, when face with the colorless obscurantism today, the view of another over you, and the view of you over you, is not a well of risks, surprises, disarranged and chaotic encounters, ut a well of judgments. And so, the questions interweave themselves with no desire for complete and perfect answers, but they are the ones that guide this work and points towards a potential and an urgency to see the world under a new light.

Keywords: Circus. Body. Death.Intensities.Inventions.

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