BOMBAH

EXTRA EXTRA! NOTÍCIA BOMBÁSTICA!
Palhaços do Grupo Trampulim viram estrelas de cinema!!!!!

OPA!!! Quem foi o palhaço que escreveu essa anedota? A notícia não era essa!
Que estrela de cinema o que! Só se for estrela cadente! Ou melhor…decadente!

Explica que é pra não confundir!

É que na última segunda feira de Outubro deste 2011 surpreendente, os palhaços foram convidados pelo diretor Baiano Diego Lisboa para fazerem uma ‘pontinha’ no filme que ele realizou através do projeto Residências Criativas, da Ong Contato. Daí, palhaço é assim né! Cabeção! Chamam pra fazer uma pontinha e ele acaba queimando até a última ponta! Digo… Levando até as últimas conseqüências!

Quando Diego chegou com o argumento do filme sentimos que aquela idéia poderia ter sido tirada de nossas próprias cabeças. Era como se um palhaço tivesse se perdido nos limites entre Minas e Bahia, e agora, ele estava ali outra vez! Sentadinho na cadeira, tentando explicar suas ‘mirabolâncias’.
Contamos pra ele nossas estratégias invasoras, nossos risos passageiros e nossos sonhos de interação com a cidade. Foi tiro e queda!
Diego caiu da cadeira!
Mentira! (Pra não perder o costume das piadinhas infames)

Mas estroboscópicamente e metaforicaliente, todos nós poderíamos ter caído da cadeira! Nossas idéias de dominar o mundo eram muito parecidas!

Transformar a rotina em surrealidade, instaurar a ambigüidade, gerar imprecisões.
Nas ruas, captamos uma multidão…

“No interior da multidão, sentimentos muito íntimos de indivíduos desconhecidos.”

Na rua, somos captados…podemos ser reais…podemos ter sido imaginados… podemos ser ‘um qualquer’ ou ‘um ser definitivo’ para os passantes.

“A rua é um fator da vida das cidades, a rua tem alma!” (…) A rua é o aplauso dos medíocres, dos infelizes, dos miseráveis da arte. (…)

A rua é a eterna imagem da ingenuidade.
Para compreender a psicologia da rua
não basta gozar-lhe as delícias como se goza o calor do sol e o
lirismo do luar. É preciso ter
espírito vagabundo, cheio de curiosidades malsãs e os nervos
com um perpétuo desejo
incompreensível, é preciso ser aquele que chamamos flâneur e
praticar o mais interessante dos esportes — a arte de flanar. É
fatigante o exercício?

Foi assim que descobrimos que Palhaço tem outro nome: “Flâneur”.
Mais fino…afrancesado…e tão vagabundo quanto qualquer paspalho!
E foi assim também que fomos pra rua…flanar!

Flanar! Aí está um verbo universal sem entrada nos dicionários,
que não pertence a nenhuma língua! Que significa flanar?
Flanar é ser vagabundo e refletir, é ser basbaque e comentar,
ter o vírus da observação ligado ao da vadiagem.
É vagabundagem? Talvez. Flanar é a distinção de perambular
com inteligência. Nada
como o inútil para ser artístico. Daí o desocupado flâneur ter
sempre na mente dez mil coisas
necessárias, imprescindíveis, que podem ficar eternamente
adiadas.

Experimentar contar nossas mentiras sérias.
Há uma bomba em BH prestes a explodir.

Não fujam
Não saiam da cidade
Não se desesperem
Não há fragilidade
A bomba é criação
Comédia da normalidade…

BBBOOOMMM!!!

A bomba é uma farsa
É pra amedrontar
A bomba é uma mentira
Prestes a deflagrar
A bomba é nossa pulsão
Nosso mote pra jogar…

BBBOOOMMM!!!

Os suspeitos eram eles, éramos nós… Todos… Aquele, aquela, o bêbado, o camelô.
A bomba explodia nos nossos narizes.

A bomba era nossa verdade.
Era a cabeça explodindo de idéias.
Os valiosos passos da experimentação.

O peido do Sabonete foi uma bomba!
O arsenal de bananas do Alfinete explodiu todos os sorrisos!
Socorro recebendo a notícia bombástica, Benedita espalhando a bomba!
E no fim…bem no fim…nossa convidada “Pãozinho” distribuiu bombinhas de chocolate e doce de leite! (Era pra vender né…mas a Pãozinho é tão boa comerciante que esqueceu as bombinhas no carro, e o sacrifício de comê-las ficou por conta dos palhaços! E da equipe de filmagem, não é mesmo senhor diretor?!)

Foram 60 minutos vendo as câmeras correrem atrás dos palhaços!
(Pior que jogo de futebol…)
60 minutos convencendo uma multidão… Estabelecendo a dúvida.
60 minutos e 30 risos por segundo.

A gente bombou!!!
E difícil mesmo foi fazer a gente parar!

Agradecemos a Diego Lisboa, Ana Maria, Amiten, Inês e toda a equipe que trabalhou e acompanhou a filmagem dessa bomBaH dinamitada explosiva e mágica!

Olha a bomBaH!!! Viva a bomBaH!!

** Textos em Itálico retirados do Argumento do filme bomBaH de Diego Lisboa

Related posts

FIT Mostra o Circo

circon

Entendendo o processo de humanização na saúde da criança: uma relação entre a figura do palhaço, a criança e os profissionais de enfermagem

circon

#21 Histórias do Rosa dos Ventos – Muita gente é doida pra fugir com o Circo

Silva