Anais do V Seminário Internacional de Circo – FEF – Unicamp – 2024 (pdf)

Desde 2006, o Grupo de Pesquisa em Circo (CIRCUS), certificado pela UNICAMP junto ao CNPQ, vêm realizando pesquisas, projetos de extensão universitária, eventos, pesquisas de iniciação científica, mestrado e doutorado entre outras ações no campo do circo. O fomento, a reflexão e a maior participação acadêmica nessa área do conhecimento tem produzido significativas contribuições pedagógicas e científicas. De forma coletiva, o CIRCUS consolidou-se como um dos principais grupos de pesquisa em  circo no/do Brasil, construindo uma rede nacional e internacional de colaborações, por meio do diálogo com os diferente segmentos da arte do circo (escolas de circo, ensino do circo na educação básica, projetos de circo social, grupos artísticos, entidades de classe). 

No que se refere à organização de eventos, a primeira iniciativa de sistematizar um encontro de natureza acadêmico-científica  ocorreu no ano de 2004, com o Seminário “Diferentes  Visões  do  Circo”.  O sucesso da ação motivou a realização, em 2006, do “Ciclo de Palestras: Circo e Modernidade 2006”, evento que reuniu mais de 300 pessoas em torno no Centro de  Convenções da UNICAMP. Em 2008, organizamos a X Convenção Brasileira de Malabares e Circo, congregando mais de 700 participantes e um público aproximado de 5000 pessoas nos espetáculos.  Desta  Convenção,  o  Grupo  CIRCUS  produziu  uma  contribuição  em formato  de  relatório,  em  2011,  sob  o  título “Panorama do Malabarismo no  Brasil (2007-2008)”. Dando  continuidade,  organizamos  o “Seminário  Internacional  Circo  e Educação Física” em 2014, o “I Seminário Internacional de Circo – Circo Social”, em 2015, nas dependências da Faculdade de Educação da Unicamp; e por fim, o “III  Seminário  Internacional  de  Circo: Horizontes Educativos”, reunindo  nessa  oportunidade  mais  de  400  participantes de  14  Estados brasileiros e diversos países. Neste  contexto,  ante a necessidade de compartilhar e ampliar as colaborações  nacionais  e  internacionais,  o  Grupo  CIRCUS realizou o 4o  Seminário Internacional  de  Circo, cuja temática versou sobre a “Inovação  e  a  Criatividade”, evento  que  aconteceu entre os  dias  13  e  14  de  dezembro  de  2018 no Centro de Convenções da Unicamp. A  temática  fez menção  direta  à  parceria  desenvolvida  desde  2014  com  o Center  for  Circus  Arts Research,  Innovation  and  Knowledge  Transfer (CRITAC)  da  Escola  Nacional  de Circo  de  Montreal  (ENC -Canadá). Nessa  quarta  edição do Seminário Internacional de Circo, discutimos  projetos  de  inovação  e  de fomento  à  criatividade  (artística,  pedagógica,  tecnológica.), bem como pesquisas inovadoras (em particular no Brasil) nas áreas de produções  artísticas  e  seus  instrumentos  de  trabalho;  fontes  e  produção  de memória das histórias do circo e circenses.Em 2022 participamos do Programa Fórum Permanente da Unicamp, reazlizando um evento que abordou o tema “Circo Social: Arte, Engajamento e Transformação Comunitária”.

Diante do desejo de propiciar a continuidade o intercâmbio artístico e científico, o grupo CIRCUS promoveu o 5o. Seminário Internacional de Circo (5-SIC), nos dias 1, 2 e 3 de Dezembro de 2024.O evento aconteceu com diferentes parcerias institucionais, incluindo o Center for Circus Arts Research, Innovation and Knowledge Transfer (CRITAC) da Escola Nacional de Circo de Montreal (ENC – Canadá), o Circus Working Group, coletivo de pesquisa coordenado pelo Dr. Louis Patrick Leroux (Universidade de Concórdia – Canadá), o coletivo Circus and it Others (CAIO) liderado pelo Dr. Charles Batson (Union College – EUA) e o coletivo Collectif de chercheurs sur le cirque, coordenador pela Dra. Magali Sizorn (Universidade deRouen – França). 

Entendemos que o 5-SIC configurou uma relevante oportunidade para a troca de experiências entre pesquisadores(as), pois oportunizou o debate acadêmico sobre o circo no Brasil e no exterior, além de fomentar o estabelecimento de novas parcerias nacionais e internacionais, aspectos cruciais para o desenvolvimento desse setor. 

Nesse  sentido,  o Seminário teve  em  sua  programação conferências, mesas redondas, oficinas, performances artísticas, grupos de trabalho temático, exposições, lançamento de livros, espetáculos, workshop, encontro de pós-graduandos. Além disso, a  apresentação de trabalhos, em formato de pôster, cujos resumos compõem essa obra, também ressaltam a  pluralidade do circo na realidade brasileira atual, a qual nos mostra que,  quaisquer  experiências/vivências  circenses – acadêmica (TCC, projetos de extensão, pesquisas de  mestrado e doutorado), artística, pedagógica, autodidata entre outras podem e devem ser relatadas, narradas e analisadas. Os trabalhos abordaram  pesquisas/  experiências  com  o  CIRCO  como  temática central, desmembradas nas seguintes linhas: Circo Social;  Experiências pedagógicas com circo em âmbitos diversos; Gestão em circo; História do Circo; Pesquisa artística/ Dramaturgia; Pesquisas relacionadas à saúde ou performance dos artistas. Ademais, as propostas apresentadas deveriam caminhar na  perspectiva  da  diversidade  e/ou  o  diálogo  com  outras linguagens  artísticas, algo que demonstrou  ser  uma  iniciativa  importante  para  dar visibilidade  às  transversalidades  dos fazeres e saberes circenses. Neste ensejo, convidamos um  seleto  grupo  de  pareceristas nacionais  e  internacionais para avaliar os trabalhos, buscando qualidade, diversidade e imparcialidade. Tivemos 94 trabalhos recebidos, sendo 91 aprovados e 75 apresentados. Deste conjunto, 5 trabalhos receberam menção honrosa, os quais destacamos na sequência:

1. Artivismo circense e memória social: encruzilhadas multidisciplinares das narrativas visuais. Autoria: Lisete Medeiros de Farias.

2. Teatralidades acrobáticas: as corporeidade invertidas como dramaturgias da gravidade. Autoria: Guilherme Conrad. 

3. Circo Transatlântico – fluxos do circo entre Portugal e Brasil. Autoria: Daniel de Carvalho Lopes e Rui Leitão.

4. Circo acessível: caminhos para o desenvolvimento de acessibilidade nos Circos itinerantes no nordeste do Brasil. Autoria: Andressa Cabral da Costa da Silva e Daniele Pimenta.

5. Circulando na escola castanheiras: ampliando as possibilidades artísticas e corporais do currículo do ensino fundamental.  Autoria: Ellen Yukari Maruyama Tengan e Danielle Amaral Ambrósio.

Desse modo, agradecemos a todos as/os participantes, em especial ao esforço  coletivo  do Grupo de Pesquisa em Circo (CIRCUS) e de todas/os nossas/os parceiras/os. Essa intensa mobilização, articulada, solidária e comprometida de todas/os demonstram ser uma iniciativa importante para dar visibilidade às transversalidades e atravessamentos produzidos hoje nos nossos fazeres e práticas circenses. Vida longa a esta arte vibrante e pujante: o CIRCO!